Este estudo trata da investigação da Síndrome
de Burnout em profissionais que atuam em contexto hospitalar
pediátrico. O Burnout ou estresse crônico
ocupacional - tem sido um tema de interesse de diversos pesquisadores
que buscam compreender questões relativas à saúde
do trabalhador. Desta forma, objetivou-se identificar, descrever
e compreender indicadores de Burnout entre profissionais de
saúde de uma pediatria de um hospital universitário
público. Foram utilizados os
Questionários Breve de Burnout (CBB) e de Personalidade
Resistente ao Burnout (CPR), além de uma entrevista semi-estruturada.
Participaram da pesquisa 27 profissionais com escolaridade mínima
de graduação, que atuam na Pediatria do HC-UFG
(10 médicos; 7 enfermeiras; 5 multiprofissionais, ou
sejam, Assistente Social, Musicoterapeuta, Nutricionista, Pedagoga
e Psicóloga; e, 5 Médicas Residentes). A
análise quantitativa revelou que os profissionais ainda
não estão em Burnout, mas têm escores médio
em Processos de Burnout, ou seja, já são afetados
por fatores que precedem a Síndrome de Burnout. Nos fatores
organizacionais, as equipes tiveram escores baixo nas subescalas
de Tarefa e de Organização. Na subescala Tédio,
Enfermeiras e Médicas Residentes cotaram escores alto,
que indicam estarem caminhando para a Exaustão Emocional.
A análise do CPR mostrou Médicos e Equipe Multiprofissional
com escore alto em Implicação. Em relação
ao Controle, Equipe Multiprofissional e Residentes tiveram escores
baixo, e sobre Desafio,
Médicos e Médicos-Residentes cotaram escores alto.
O CPR avaliou que apenas os Médicos mantém vulnerabilidade
alta com relação ao Burnout. A análise
qualitativa demonstrou que os profissionais estão sendo
afetados pela variável organizacional, trazendo transtornos
físicos e psicosociais. A Exaustão Emocional é
representada por 57 citações (menções
discursivas), mas o nível de satisfação
profissional também é alto. Os fatores mais citados
pelos profissionais como estressores e produtores de desgastes
profissionais são: estressores físicos e psicológicos,
condição de trabalho
insatisfatória, relações de trabalho insatisfatórias
e sobrecarga de trabalho e/ou horários. Ressalta-se a
importância de trabalhar junto à instituição
estabelecendo ações preventivas à Síndrome
de Burnout, vez que, instalados e diagnosticados, os prejuízos
são de ordem individual, coletiva e organizacional. Considera-se,
finalmente, a necessidade da continuidade de pesquisas, relativas
ao Burnout, com profissionais que trabalham em outras clínicas
do HC/UFG.